Para Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e Presidente da Área Metropolitana de Lisboa, Sr. Fernando Medina Maciel Almeida Correia

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Категорія: Українська громада у Португалії
Створено: 07 травня 2018 Дата публікації Перегляди: 2991

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Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
e Presidente da Área Metropolitana de Lisboa,
Sr. Fernando Medina Maciel Almeida Correia

Excelentíssimo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

Em nome da Comunidade ucraniana residente em Portugal, permitem-nos manifestar o nosso fortíssimo desagrado e protesto pela apropriação indevida e mau uso da bandeira nacional da Ucrânia e pelos actos de propaganda de estalinismo, que tiveram o lugar no dia 6 de maio de 2018, num evento público em Lisboa que contou com apoio da Câmara Municipal de Lisboa.
Nomeadamente, no passado dia 6 de maio de 2018, na cidade de Lisboa (junto à Fonte Luminosa) decorreu umevento público denominado “Festa pela Vitória e Paz”,organizado pelas Associações: Iuri Gagarin e Chance+,com o apoio de Embaixada da Federação Russa em Portugal (através da agência federal Rossotrudnichestvo),Câmara Municipal de Lisboa e JF Penha da França.
É de recordar, que em 23 de novembro de 2016, o Parlamento Europeu aprovou a resolução sobre a comunicação estratégica da UE para combater a propaganda contra si por parte de terceiros (2016/2030 (INI)) onde cita diversos veículos de propaganda estatal russa como ameaça à estabilidade da UE. Um dos veículos diretamente citados na resolução é a Agência Federal de Assuntos da Comunidade dos Estados Independentes, de Compatriotas no Exterior e Cooperação Internacional Humanitária da Rússia (Rossotrudnitchestvo).
O evento, que reunião cerca de 300 pessoas teve como objetivo declarado de recordar os combatentes soviéticos da Segunda Guerra Mundial, bem como proporcionar um momento de convívio, acompanhado pelo concerto que envolvia as danças, música e uma exposição fotográfica.
No decorrer do evento realizou-se a marcha denominada “Regimento imortal”, que visava homenagear os combatentes soviéticos da II G. M. Os participantes marcharam com as fotografias dos seus supostos familiares combatentes. A marcha foi liderada pela candidata da Rússia à Eurovisão 2018, cantora Yulia Samoilova. Na marcha foi usada, de forma indevida e abusiva, a bandeira nacional da Ucrânia, sem que o país seja representado pelos seus representantes legítimos. Os participantes da marcha, também ostentaram as bandeiras militares soviéticas de proveniência duvidosa e das organizações terroristas, ativas no leste da Ucrânia, criadas, apoiadas e financiadas pela Federação Russa. A cantora Yulia Samoilova, nas fotografias junto à umcidadão que ostentava no peito a imagem do ditador soviético Estaline, participou activamente e apoiou abertamente essa provocação. É de recordar que em 2017 a cantora tinha desrespeitado a lei ucraniana, visitando, de forma ilegal, o território da península da Crimeia, ocupada e anexada pelo exército russo em 2014, em desafio aberto às leis ucranianas e às resoluções da UE que condenam este acto hostil e unilateral da Federação Russa. Devido ao seu apoio ao terrorismo e anexação ilegal da Crimeia, Yulia Samoilova foi oficialmente proibida de visitar Ucrânia por um período de cinco anos de calendário.
Mais, os organizadores do evento “Festa de Vitória e Paz”estiveram presentes no local, tal como representantes da embaixada russa e nada fizeram para impedir o uso dos símbolos da
organizações terroristas, ativas no leste da Ucrânia.
O festival de Eurovisão é um festival musical que visa unir Europa pela arte e pela música. O festival não foi pensado, nem deve servir de mero pretexto para se tornar num veículo de
propaganda estatal russa, dirigido contra a UE, contra os seus parceiros da Europa Central e Oriental, e contra os valores europeus pós-II G.M.
Agradecemos vivamente às V. Excias a tomada das medidas que julgarem necessárias para impedir o surgimento deste tipo de situações no futuro, que naturalmente podem por em
perigo a paz e na Europa, contrariando os prinípios da Uniao Europeia e do mundo civilizado. Atenciosamente,

Presidente da Associação dos ucranianos em Portugal,
Pavlo Sadokha

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