Carta ao Dom Manuel Clemente, Cardeal Patriarca de Lisboa

Надрукувати
Категорія: Українська громада у Португалії
Створено: 24 вересня 2018 Дата публікації Перегляди: 2932

9Sua Eminência, Dom Manuel Clemente, Cardeal Patriarca de Lisboa,

Foi em 2001 que os imigrantes ucranianos organizaram a primeira paroquia Greco-Católica Ucraniana em Lisboa. Sempre em comunhão com a Igreja Católica Portuguesa os ucranianos já fazem parte integrada da vida religiosa e cultural portuguesa. No ano passado, na conferência da visita do presidente da Ucrânia Petro Poroshenko o presidente Marcelo Sousa diz que é preciso homenagear os cidadãos ucranianos que vivem em Portugal, pelo contributo que têm dado para o desenvolvimento "económico, social e cultural" do país.
Sua Eminência, infelizmente a Ucrânia neste momento é alvo da agressão russa que anexou uma parte do território nacional (Crimeia) e realiza ataques militares no Leste da Ucrânia, e onde já morreram mais do que 10 mil militares e civis e mais de 1.5 milhões civis tornaram-se refugiados.
Por isso, toda comunidade ucraniana em Portugal ficou muito ofendida por uma informação divulgada na Radio Renascença e transferida pelas outras agências de informação social nos últimos dias.
Tal como já é de conhecimento, o Metropolita Hillarion Alfeev, da Igreja Ortodoxa Russa deu uma entrevista na Rádio Renascença (que, sem dúvida, tem uma das maiores audiências em Portugal), fazendo um comentário impróprio referente a Igreja Greco-Católica Ucraniana (rito Bizantino), lançando assim, uma sombra de intolerância religiosa, não só para os ucranianos, como para todos os cristãos Católicos. Particularmente, nessa entrevista, o elemento mais alto e representante da Igreja Ortodoxa Russa, denomina agressão russa militar contra a Ucrânia - "uma guerra civil" e refere que a Igreja Greco-Católica ucraniana é aquela que conduz a política de ódio religioso.
Visto que a Igreja Católica é um conjunto de igrejas católicas de rito latino e das igrejas católicas de rito oriental em constante comunhão com a Sé de Roma. As acusações severas contra uma das igrejas católicas, apresenta um insulto a toda a Igreja Católica.
Mais ainda, uma declaração pública desse género, não ofende apenas os nossos sentimentos nacionais e religiosos. Tais declarações são parte da guerra híbrida russa, que a Rússia exerce contra Ucrânia, e a Igreja Ortodoxa Russa assumiu o papel de propaganda ideológica de agressão para com as outras nações e religiões.
Além disso, após tais declarações, coloca-se a questão de como os portugueses receberão os ucranianos que vivem em Portugal e de como tratarão os católicos do rito Bizantino neste país. Iremos ser tratados como os fãs-agressores religiosos?
Qualquer pessoa tem o direito defender o seu nome. Defender a sua dignidade pessoal, nacional e religiosa.
Nesse sentido, pedimos que seja dada a oportunidade, à Embaixadora da Ucrânia na República Portuguesa e ao Capelão e sacerdotes da Igreja Greco-Católica Ucraniana em Portugal, de dar uma entrevista na rádio Renascença para esclarecer esta situação e expor a posição da Ucrânia e da comunidade ucraniana em Portugal.
Na esperança de obter uma resposta positiva, agradeço desde já a atenção dispensada.

Com os melhores cumprimentos,
Presidente da Associação dos ucranianos em Portugal,
Pavlo Sadokha

9

10