Ucranianos em Portugal entregaram apelo aos deputados do Parlamento Português

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Esta tarde, foi realizada uma manifestação em frente da Assambleia da Republica Portuguesa em São Bento, durante qual, os representantes da comunidade Ucraniana residente em Portugal entregaram um apelo  aos deputados portugueses para reconhecerem as auto-proclamadas Republicas populares de Donetsk e Lugansk, como organizações terroristas que operam na Ucrânia, com o apoio explicito do governo da Fedaração Russa. 

Associação dos ucranianos em Portugal

Presidente da Assembleia da Republica Portuguesa

Deputados da Assembleia da Republica Portuguesa

 

Ex.mos Senhores Deputados, 

 

A tentativa de capturar os territórios do sul e do leste da Ucrânia, por parte da Rússia, ultrapassou as fronteiras locais de um conflito bilateral após a queda do avião comercial MH17, abatido por mísseis lançados por terroristas pró-russos.

De forma oficial, Moscovo já antes explicou a integração da Crimeia e a auto-proclamação das chamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk não como conflito interno da Ucrânia, mas sim, como uma luta de interesses geopolíticos da União Europeia e dos Estados Unidos da América contra a Rússia.


Muitas vezes, os meios de comunicação russos criam e alimentam a ideia de que a população étnica russa que vive na Ucrânia sofre de perseguições por parte de nacionalistas e fascistas ucranianos, com o apoio e orientação da inteligência do oeste. Cenários estratégicos semelhantes foram utilizados pela Rússia na Transnístria, nas campanhas da Geórgia e Chechénia.

As exigências dos líderes destas autodeclaradas Repúblicas sobre a separação da Ucrânia, não encontram qualquer razão histórica, económica ou política. Assim como não há qualquer tipo de prova de descriminação da etnia russa na Ucrânia, quer pelo seu idioma, quer pela sua cultura.

As eleições presidenciais antecipadas em Maio de 2014, foram reconhecidas por observadores mundiais como democráticas. Contudo ignoradas pelos líderes das organizações pró-russas no Leste da Ucrânia onde, inclusive, foram sabotadas. No seu lugar, foram realizados os chamados referendos para a separação das regiões supracitadas da Ucrânia. Referendos estes que não foram reconhecidos como legais por nenhum país do mundo excepto pela Rússia, e que foram realizados sob a pressão de militares armados que, como se veio a descobrir, foram deslocados da Rússia.

Para além disto, já foi revelado não só pelos serviços secretos ucranianos, mas também ocidentais, que o armamento pesado provém da Rússia diretamente para as mãos dos terroristas das autodeclaradas Repúblicas Populares de Donestk e Luganks, e que o controlo destes grupos é realizado por agentes dos serviços especiais russos.

Entre as organizações terroristas militantes presentes em território Ucraniano encontram-se grupos provenientes da Rússia, da Chechénia e da Sérvia, que nada têm a ver com os conjecturados conflitos étnicos na Ucrânia.

Assim, os argumentos apresentados nesta carta, que mesmo não perfazendo uma lista completa dos dados disponíveis, demonstram que o surgimento das Repúblicas Populares de Lugansk e Donestk não é uma tentativa da minoria étnica russa na Ucrânia de defender os seus interesses de forma autodeterminada mas trata-se mais provavelmente um plano muito bem pensado e com alguma antecedência pela Rússia, de forma a ocupar parte do território Ucraniano, ou de colocar o país num estado de caos e terror, para facilitar o seu domínio.

Resistir à agressão militar da Rússia que, entre outros fatores, possui um dos maiores armamentos nucleares do mundo, para uma Ucrânia isolada é muito difícil. Todos os dias o mundo recebe notícias pesadas sobre a morte de não só jovens soldados, mas também de simples civis na Ucrânia, incluindo crianças.

Desta forma, ucranianos no mundo inteiro dirigem-se aos partidos e parlamentos dos seus países de residência para pedir o apoio para com a Ucrânia, e reconhecer os agrupamentos militares que se auto-intitulam de República Popular de Donetsk e República Popular de Lugansk – como organizações terroristas com todas as consequências legais e internacionais.

Dar uma apreciação jurídica verdadeira da agressão Russa para com a Ucrânia a um nível internacional pode ser um momento chave para acabar com o derrame de sangue na Ucrânia e os possíveis futuros atos terroristas que, infelizmente, já dizem respeito a muitos outros países.

 

Agradeço a sua atenção,

Presidente da Associação dos ucranianos em Portugal,

Pavlo Sadokha

 

 

 

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